Maria Helena Giordano
Nos dias 26 e 27 de maio de 2017, participei do VIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Tradutores (ABRATES), evento realizado no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo. Participei de várias palestras, mas achei muito interessante uma sobre “Como ganhar mais traduzindo”, pois a autora deu dicas essenciais para a produtividade e avaliou as categorias das agências de traduções.
A palestra foi apresentada pela tradutora Val Ivonica, que primeiramente mencionou que, para se ganhar dinheiro traduzindo, é importante definir o valor mínimo e o máximo que se deseja cobrar. Depois de estabelecer o preço com o cliente, precisamos aumentá-lo periodicamente e, para quem quiser cobrar mais, ajuda muito ter especialização em determinada área e informar o cliente sobre isso. Prestar serviços relacionados com a tradução, como converter arquivos por exemplo, agrega também valor à sua imagem e você pode cobrar um diferencial por isso.
Val comparou os serviços de uma agência de tradução com uma pirâmide. O cliente recorre a uma agência e esta, por ter muitos clientes, recorre a uma segunda agência com o objetivo de terceirizar. Essa segunda, por vez, recorre também a uma terceira agência e assim por diante. Portanto, quanto mais baixa a agência estiver na pirâmide, mais baixo será o valor pago ao tradutor. No Brasil, a maioria das agências está colocada no patamar mais baixo. Assim sendo, o ideal seria aceitar trabalhos no patamar mais alto da pirâmide para poder ganhar mais.
Photo Credit: ABRATES
A palestrante destacou os fatores que devem ser considerados para aumentar a produtividade. A primeira coisa seria usar ferramentas CAT e de auxílio, como glossários, atalhos, predictive typing, etc.. Usar a tradução automática também foi uma sugestão, sendo que com isso é possível alcançar um rendimento de 6.000 a 8.000 palavras por dia, mas será necessário arcar com os custos das ferramentas, o que está na média de US$ 950,00. O ditado e a digitação rápida também são recursos utilizados para aumentar a produtividade, existindo atualmente tutoriais específicos para tanto.
Outro fator importante a se considerar, para uma maior rapidez, são os agregadores de conteúdo, como os dicionários e sites para referência. Val mencionou que usa o GoldenDic, um programa onde se pode incluir vários dicionários, sites de busca como Babylon, o glossário do Ivo Korytowski, a wikipédia brasileira e a americana, entre outros recursos de pesquisa. Segundo ela, o Copernic, um programa que busca as informações solicitadas na pasta do seu computador, também é interessante e otimiza o tempo do tradutor.
Por fim, para perder menos tempo, deve-se também levar em consideração o seguinte:
- ter um equipamento decente
- procurar se distrair menos e concentrar-se na tarefa a fazer
- seguir a abordagem monotarefa
- descansar 5 minutos após 20 a 30 minutos de trabalho (método Pomodoro)
- alongar-se nos intervalos para retornar com maior energia
- sair das redes sociais
- monitorar o computador para verificar onde você gastou seu tempo
- considerar os aspectos da ergonomia e fazer exercícios para os olhos
Enfim, Val concluiu que se o tradutor levar todos os fatores mencionados em consideração, a nossa produtividade será melhor e, consequentemente, o nosso ganho também. Para ela, precisamos ter sempre em mente que qualquer pequena mudança que possa parecer simples ou banal poderá fazer grande diferença no resultado final.
Para mais informações e slides da palestra, visite o blog da palestrante.
MARIA HELENA GIORDANO é tradutora e professora de inglês em Campinas, São Paulo. É formada pelo curso de Pós-Graduação de Tradução da Faculdade Estácio de Sá e membro da Associação Brasileira de Tradutores (ABRATES). No momento, participa do programa de mentoria Caminho das Pedras, organizado pela ABRATES, e é mentorada pela tradutora e membro da PLD Rafa Lombardino.
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